“BOOTS AND BREATH”
COREOGRAFIA ANTÓNIO JÚLIO
A possibilidade de estar. Ali ou em qualquer outro lugar. De estar perdido. De estar atrasado. O tempo como espaço. O espaço como lugar onde se inscrevem memórias inventadas. Nós nunca estivemos no deserto. Não sabemos como é. Mas podemos imaginar que num lugar tão grande e vazio estaríamos presos dentro daquilo que somos. Permanecer. Esperar. Procurar o trilho. E reduzir todas as possibilidades de desejo.
“STONE-WASHED”
COREOGRAFIA MARIANNE BAILLOT
Eles viajam de uma estação a outra como num rádio avariado. Nunca se detêm numa frequência. De vez em quando, como garrafas, pequenos acidentes emergem à superfície. No interior dessas garrafas que flutuam nos mares do mundo, azuis como bluejeans, encontram-se fotos. Os títulos dessas fotos são as onomatopeias.
“THE REVENGE OF THE BLONDES: CAMPING VIOLENCE”
COREOGRAFIA PAVLOS KOUNTOURIOTIS
Por que é que gostamos da violência? A referência a Tarantino serve como pretexto para demonstrar a mecânica violência. A violência não apelativa por si mesma, sendo construída pela atenção que prestamos aos figurinos, adereços, luzes, efeitos sonoros, narrativa e construção de personagens, coreografia, efeitos de imagem, exotismo, imagens com conteúdo sexual, humor, identificação, habituação, etc…A transferência do filme para o palco é a passagem da teoria à prática do próprio camp: um exagero, um amor e uma autêntica paixão pela recriação de “Kill Bill”. A falha ao processo emerge no momento em que a verdadeira identidade do performer se revela como o resultado dessa devoção apaixonada por uma personagem. |